Quero discorrer rapidamente sobre alguns versículos que li em Jeremias capítulo 18 versos 1 à 6. Pegue sua bíblia e acompanhe junto comigo essa linda passagem bíblica.
Primeiramente leia essa passagem, só depois leia o seguinte texto.
Durante o processo de formação do vaso, o barro pode perder parte do seu volume, quando o oleiro retira da sua estrutura pedras e bolhas. Mas a parte perdida precisa ser restituída, e o oleiro usa barro pra restituir barro. Restituído o volume, o barro é RESTAURADO a forma de matéria prima. Mas barro não é vaso!
Algo que não existe não pode ser restaurado, mas que algo que existe sim. Mas quando se trata de vida espiritual, Deus não precisa de vasos restaurados, pois marcas, feridas e falhas continuarão a existir, mesmo após a restauração. Já que a restauração somente devolve aquilo que já existiu, e mascara os trincos do vaso com barro.
Restaurações não possuem a mesma estrutura do vaso original, por isso podem se perder, e pra Deus depositar o Azeite Santo Ele precisa de certeza de que esse Azeite não vá vazar e se perder. Por isso ele usa os vasos sem falhas. Se você é um vaso restaurado, corre o risco da parte restaurada se soltar novamente e perder o Azeite e sua comunhão.
Precisamos então NOS por nas mãos do oleiro, para passarmos pelo processo de RENOVAÇÃO, que não é a mesma coisa. Renovar quer dizer: tornar novo, recomeçar, refazer, começar do zero;
Pra isso o oleiro tem que desmanchar totalmente o vaso e torna-lo a forma de BARRO, ele foi então restaurado a forma de barro. Note que ele era originalmente barro e por isso pode ser restaurado a essa forma.
Mas pra ele voltar a essa forma o oleiro tem que apertar firme com as mãos, comprimindo ele e o colocando no centro da roda, pois é ali que o vaso vai ser formado, podemos dizer então que o centro da roda e o centro da vontade de Deus. Mas agora, ali no centro ele é reconhecido como uma massa informe.
O homem nessa forma de barro vê-se em desespero, pois ele não é vaso pra ser cheio de azeite, mas também não é barro de lamaçal pra ser considerado do mundo, ele é chamado de CRENTE MORNO, e muitas vezes ele fica estacionado nessa posição e mesmo querendo ser alguém segundo a vontade de Deus não consegue mudar sua conduta, ele não é uma coisa e nem outra, nem quente (vaso) e nem frio (lamaçal). Apocalipse 3:14-16 diz: Igreja de Laodiceia não és quente e nem és fria, estou a ponto de vomitar-te da minha boca.
Mas Deus não é homem, e sabe ver potencial naquilo que é informe, naquilo que é MORNO.
Voltando a formação do vaso, o oleiro sabe que antes de amassar o barro ele deve primeiro umidecer esse barro, e ele utiliza água para umedecer, mas não é qualquer água ele utiliza a água citada em João 4:10;14, que dá ao barro informe uma nova vida.
Depois de umidecido o oleiro começa a amassar o barro, ou seja, começa a prepará-lo para ser um vaso. Mas na formação do vaso o oleiro encontra pedras, essas que precisam ser retiradas, bolhas que precisam ser eliminadas para que o vaso não estoure. Por isso durante o processo de formação existem momentos em que as mãos do oleiro percorrem o vaso e tudo parece bem até o momento em que o oleiro enfia seus dedos no barro que está tomando forma e aparecem dores e sofrimento, mas não pense que essa dor é a mão de Deus pesando sobre nossa vida, mas sim pela retirada das pedras impregnadas no barro, não é a pressão que a mão de Deus faz, e sim a estrutura sendo reorganizada. As mãos de Deus colocam as coisas em seus devidos lugares, mas essas pedras e bolhas muitas vezes é o barro que não quer largar. Você tem deixado Deus retirar de ti as suas pedras? Seus cochilos nas horas de culto? Aquele seu amigo que não quer comunhão com oleiro? Você tem deixado o oleiro retirar as bolhas que causam um vácuo no barro? Tem procurado encher esse vácuo com momentos de oração e leitura da palavra do Senhor? Enquanto o oleiro não retirar esses problemas do nosso barro ele não pode dar forma de vaso, e o barro vai continuar no centro da roda sem ser vaso e sem ser lamaçal.
Mas passado esse processo o oleiro começa a dar forma do barro em forma de vaso. Mas mesmo o barro tomando a forma de vaso ele pode se deformar, assim como o homem pode pecar, mesmo as mãos do oleiro sendo firmes, o barro pode estragar-se, pode afinar demais, pode entortar, ou aparecer os excessos. Ah os excessos, eles não são somente pessoas arrogantes pelos seus cargos ocupados no púlpito, nas portas da congregação, na liderança. Também são coisas que superestimamos e supervalorizamos e quando Deus retira isso de nós mesmo causando o sofrimento ele está nos dizendo que isso é para prevenir a deformação do vaso que é pra ser perfeito, e muitas vezes não queremos entender.
Mas depois de todo o processo realizado pelo oleiro, ser retirado do lamaçal, ser umedecido, ser amassado, retirado as pedras e bolhas e excessos e de dar forma, o barro já se vê como um vaso, e pensa que agora as provações terminaram. Mas é aí que vem a maior das provações, pois as anteriores serviram para mostrar-lhe o caminho para quem quer ser vaso nas mãos de Deus, mas a fornalha o testará agora como vaso, e o do fogo vem para provar que o evangelho da salvação está nele impregnado. Se as falhas permanecem o vaso, durante a provação do fogo ele estoura, mas se não há falhas o vaso por Deus torna-se apto para receber o Azeite.
Alguns podem dizer é impossível não pecar! Se não for possível não pecar, então permita que Deus retire suas pedras e suas bolhas sempre que elas surgirem e não tente as encobrir por menor que seja, pois Deus pode ver tudo (Os olhos do SENHOR estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons. Provérbios 15:3-4) e quando você for levado à provação do fogo Deus poderá então lhe aprovar como vaso.
Por isso não podemos negar as provações feitas por Deus, e isso Deus deixa bem claro em Romanos 8:28 (Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, Daqueles que são chamados segundo o seu propósito).
Lembre-se que durante todo o processo de formação de um novo vaso o barro fica nas mãos do oleiro, desde o barro ser retirado do lamaçal, ser molhado, ser amassado, ter retirado as pedras, bolhas e excessos e de dar forma. Durante esse processo dependemos das mãos do oleiro para não desmanchar, e precisamos crer que o melhor está sendo feito, mas durante a provação do fogo temos que provar que somos dignos de receber seu Espírito em nossas vidas.
Transmiti essa mesma mensagem aos jovens da minha congregação, sou líder de jovens a pouco tempo e ainda estou aprendendo a ouvir a voz do Espírito. É importante lembrarmos sempre que a renovação é um processo lento e gradual, não podemos exigir que Deus nos mude imediatamente, pois Ele sempre nos tempo junto com a prova para absorvemos o máximo de sabedoria possível. Você tem dado liberdade pra Deus achar e remover as suas pedras, bolhas e excessos?